#12: Como, logo escrevo
Mesas e pessoas que nos fazem bem; os restaurantes visitados em março; planos para o próximo mês; comer e beber na Andalucía; e o melhor da Páscoa 2023
Mesas edificantes
Entre taças e pratos, conversas que nos moldam e nos ensinam
Bem sei que na última semana revelei o meu gosto por comer sozinha, mas bem sei, também, que mesa cheia de comida e companhia boas pode ser, sim, ainda melhor - e a vida tá aí para nos lembrar constantemente como alguns encontros são valiosos.
Faz tempo que passei a usar edificar e suas flexões em meu vocabulário, o que é normalmente recebido com risos por quem escuta. Sei que é um termo muito usado para referir-se a religião, a fé, mas no meu caso, eu uso mais com o sentido de erguer/levantar/virtude.
Já falei em mesa de bar que o flerte edifica, assim como o confete (ou o cookie, na linguagem da geração Z). Mas o que mais vem me “edificando” recentemente, além da terapia, são as conversas que tenho com as pessoas que me cercam. E, especialmente neste último mês, tive conversas ótimas, todas em torno da mesa, acompanhadas por comidas igualmente ótimas. E por isso resolvi trazer essa pequena reflexão para cá.
Só na última semana, saí com duas amigas de faculdade, que compartilham a mesma rotina de trabalho em redação que eu tenho, apenas em veículos diferentes. Entre drinques gostosos e com bom preço, no Petros Greek Tavern, assim como entradinhas gregas (como o feta com mel), conversamos sobre assuntos tabus, como planejamento financeiro. Mas o que mais tirei dessa noite foi: como todas nós estamos cansadas, na beira da exaustão, e, ao mesmo tempo, realizadas, e como isso é NORMAL. E que apenas admitir isso, entre amigas, traz conforto.
Em outro encontro, num almoço no restaurante Casa Santo Antônio (o mais surpreendente dos últimos tempos, pela beleza, ambiente, comida e serviço), com amigos e profissionais que admiro, escutei uma das melhores frases dos últimos tempos que é: juventude não é sinônimo de inovação -não é porque você é jovem, que necessariamente trará algo novo para roda. Caiu como uma luva, mas também poderia ter caído bem mal caso fosse prepotente e equivocada (no caso, eu era a mais jovem da mesa).
E sempre terão as mesas mais corriqueiras, que edificam constantemente, apenas por existirem: os cafés da manhã e almoços na casa da minha avó paterna que sempre ecoam na minha cabeça; os queijos e vinhos com amigas, que às vezes trazem mais fofoca do que aprendizados; os milhares de restaurantes visitados com meu namorado, onde falamos de tudo, e na maior parte das vezes, de comida; os encontros com profissionais da área, que geram risadas inesperadas e sempre algum aprendizado (não sei se vocês lembram, mas eu aprendi que misoshiro é uma cura boa para ressaca); os momentos na mesa com pais e família, que, em geral, acabam tendo sempre comida, papo furado ou papo sério; e por fim, os reencontros em torno do balcão da casa da minha irmã, que não mora no Brasil, e que envolvem, quase sempre, assuntos mil e uma queijeira, daquelas que isola cheiro na geladeira, e abriga o que há de melhor nessa vida: queijos franceses.
Nos “vemos” na próxima quinta-feira.
Os restaurantes e bares de março
Como previsto, o mês de março foi muito bem aproveitado - e lotado de novidades:
Planos gastronômicos e etílicos de abril
Conhecer os bares Varal, em Pinheiros e o Jabali, na Vila Buarque
Voltar no Sushi Vaz e no Corrutela
Finalmente conhecer os bares do Luiz Nozoie e Luiz Fernandes, como revelei na news #11
Chegar cedo no Shoshana, e conseguir comer dessa vez
Comprar e beber mais vinhos naturais, porque as ressacas se tornaram cada dia pior
Andalucía, te amo pra sempre
No ano passado viajei para Espanha, para a região Andalucía, com um roteiro quase sem defeitos. Começamos por Sevilha, que se tornou a minha cidade preferida da viagem, principalmente por suas comidas incríveis, mas também por suas casas nas cores amarelo e terracota, além de toda a parte histórica, com monumentos como o Real Alcazar, que é Patrimônio da Humanidade da Unesco. Na sequência, chegamos a Jerez de La Frontera, super pequena e pacata num sábado de verão e saímos para jantar em Puerto de Santa Maria (na província de Cadiz). Após passar pelos Pueblos Blancos (as casas típicas, pintadas de branco, são o motivo do nome), com uma parada em Arcos de La Frontera, para conhecer, chegamos a Ronda, que encanta por ser literalmente um vale, que tem parte de sua história ainda desconhecida. Foi lá que vi um dos pores do sol mais lindos da minha vida. O penúltimo destino foi Granada. Sei que as pessoas amam essa cidade, mas não foi a nossa preferida, exceto pelo restaurante da última noite, que salvou toda a impressão, talvez errônea, que tivemos da parte gastronômica da cidade. Por último, finalizamos o roteiro em Córdoba, que infelizmente tem horários complicados de visitação nos pontos turísticos (só conseguimos visitar o mais icônico, a Mezquita Catedral) e poucas opções de restaurantes.
Segue a lista dos melhores restaurantes/bares/barras, que estive na Andalucía, separados pelos destinos - caso queira “assistir” um compilado, veja aqui:
Sevilha
Espacio Eslava
Casa Ricardo
La Barra de Cañabota
Cerveceria Salmedina
Casa Morales
Jerez de la Frontera
Tabanco Las Banderillas
Granada
Bar FM Granada
Córdoba
Casa Pepe de la Juderia
Páscoa para ninguém colocar defeito
Não sou nada chocólatra mas na última semana fizemos uma degustação filmada de ovos, na Versatille, veículo que sou editora. Após 36 ovos, um ranking, que você pode ler aqui: 36 ovos de Páscoa que merecem a sua atenção em 2023 e conferir os vídeos no Instagram: @versatille.